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sábado, 19 de setembro de 2015

História da Linha Ferroviária Mossoró-Souza

E. F. Mossoró-Souza (1915-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1997)
MOSSORÓ
Município de Mossoró, RN
E. F. Mossoró-Souza - km 37 (1960) RN-3247
Altitude: - Inauguração: 19.03.1915
Uso atual: "Estação das Artes" (2008) com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Mossoró-Souza foi inaugurada em 1915 entre Porto Franco e a cidade de Mossoró, com o objetivo de se alcançar a cidade de Alexandria, na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba. Após muitos adiamentos, o prolongamento da linha foi saindo aos poucos, em 1926 a São Sebastião e somente em 1951 a Alexandria. Por volta de 1958 chegou a Souza, encontrando-se com a linha Recife-Fortaleza nessa cidade. Nos anos 1980, a ferrovia foi desativada e seus trilhos arrancados em praticamente todo o percurso.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Mossoró foi inaugurada com a linha para Porto Franco em 1915. Doze anos depois (1927), Lampiãojuntou seu bando e alguns líderes cangaceiros da região, entre eles o chefe de bando do oeste potiguar, Massilon. Após pedido de

ACIMA: A linha da E. F. Mossoró-Souza passa pelo município de Mossoró nos anos 1950 (IBGE: Enciclopedia dos Municípios Brasileiros, vol. V, 1960).dinheiro para não invadir a cidade de Mossoró, na época com uns 25 mil habitantes, e negativa do prefeito Cel. Rodolpho Fernandes,a cidade se preparou para a batalha. Mulheres, crianças, idosos e enfermos tentavam embarcar no trem para Porto Franco, próximo a Areia Branca. Vagões de carga eram atrelados à composição para que a multidão pudesse partir, mesmo assim não tinha lugar para todos. Naquele dia a locomotiva a vapor partia para uma viagem relativamente curta deixando a fumaça preta no ar tamanho o esforço com o peso tracionado. No dia 13 de junho daquele ano, Lampião e seu bando entram em Mossoró sofrendo uma terrível

ACIMA: A cidade se defende esperando o ataque de Lampião a Mossoró, em 1927 (Autor desconhecido).derrota frente aos bravos moradores daquela cidade. Foge deixando para trás o cangaceiro Jararaca que foi preso e "justiçado" pela polícia local. Antes de entrar na cidade, Lampiãocomentou com os seus comparsas que "cidade com mais de duas torres não é para cangaceiro". No dia seguinte após a batalha completou: "da torre da igreja até o santo atirava na gente". "Nós gostamos de nos identificar como sendo de uma entidade mítica chamada de "país de Mossoró", aceito como verdadeiro por força da tradição. Um ex-diretor do então Ginásio Diocesano Santa Luzia, o padre Cornelio Dankers, um sacerdote holandês de rosto avermelhado, que não sei como nem porque foi parar nas frondes da caatinga nordestina, dizia que havia muito de similitude entre holandeses e mossoroenses. Enquanto eles construíram seu país conquistando terras ao mar, nós assentamos o nosso sobre as agruras e vicissitudes do semi-árido e, às vezes, enfrentando o descaso e interesses misteriosos dos poderes constituídos. Acho que o transporte ferroviário é um exemplo típico. A ferrovia é uma aspiração mossoroense desde 1870, quando se fez um projeto ligando Porto Franco, no litoral norte potiguar, ao rio São Francisco, com a utilização de recursos privados. Um desses 

ACIMA e AO LADO: Interior do segundo andar da estação de Mossoró, em 2005 (Autor desconhecido).
idealistas, Francisco Solon, conseguiu a concessão do empreendimento, viajou a Paris e conseguiu os financiamentos necessários, contudo não
obteve a aprovação do governo brasileiro. O assunto ficou emcompasso de espera até 1912, quando nova concessão foi dada a Humberto Sabóia, Vicente Sabóia de Albuquerque e Francisco Tertuliano de Albuquerque. Em 1927, os trilhos da ferrovia chegavam a São Sebastião (hoje Dix-Sept Rosado), viabilizando a exploração de uma das maiores jazidas de gipsita do Brasil. No dia 30 de setembro de 1929 foi entregue o trecho de Carnaúbas e, em 1936, o de Mineiro. Nos anos cinqüenta, já com a participação

do governo federal, os trilhos ligavam Mossoró à cidade paraibana de Souza. Grandes nomes (mossoroenses de nascimento ou por adoção) participaram dessa odisséia. Entre eles Urich Grafe, Chorkatt de Sá, Francisco Solon, Roderic Grandall, Augusto Severo, Humberto Sabóia Meira e Sá, Vicente Carlos de Sabóia, Francisco Tertuliano de Albuquerque, Vicente Carlos de Sabóia Filho, o prefeito Luiz Ferreira da Mota (o padre Mota), Jerônimo Rosado, General Agenor Zuzine Ribeiro, o deputado Vicente da Mota Neto, Luis de Sabóia, Francisco Galvão de Araújo, Pedro Leopoldo da Silveira. A verdade era que em Mossoró havia duas ferrovias: a Estrada de Ferro de Mossoró, que explorava o trecho Mossoró-

ACIMA: Ruínas das oficinas e galpões da RFFSA em Mossoró. O que se vê na foto do início dos anos 1990 é a parte externa do complexo de oficinas e galpões. A foto foi feita com o fotógrafo posicionando-se de costas para a avenida Rio Branco e registrando a parte externa posterior (traseira) dos galpões. O terreno onde ficavam tinha cerca de 540 metros de comprimento por 56 de largura, e contava com quatro galpões geminados que abrigavam almoxarifado, depósito, carpintaria e oficinas onde se faziam reparos de máquinas e vagões. Esses galpões possuíam os mencionados nomes gravados em alto relevo com letras graúdas de caixa-alta cravadas no frontispício de cada um deles, logo acima das portas. Trilhos passavam por dentro de dois desses galpões, (oficinas e carpintaria) e geralmente havia máquinas e carros estacionados dentro deles. Esses prédios possuíam saídas de ar longitudinais no topo dos telhados para que os vapores ou fuligens das máquinas não se acumulassem em seu interior. Logo ao lado das oficinas ficavam os escritórios da Rede, uma escola, uma vila ferroviária (que ainda hoje existe) e um campo de futebol. O terreno ainda contava com um enorme tanque para abastecimento das locomotivas diesel e uma antiga caixa-d'água. Todo esse complexo permaneceu, desde o fim das estações de passageiros em 1991 até o arrancamento dos trilhos em 2001, completamente abandonado e se deteriorando com a ação do tempo e de vândalos que roubavam seus materiais. Boa parte dos galpões havia já desabado quando as máquinas da prefeitura vieram e deitaram abaixo o que ainda restava das ruínas. Essa demolição ocorreu em 2004, e hoje não resta absolutamente mais nada para contar a história. Por sobre o terreno foi aberta, ainda no mesmo ano, uma longa avenida que acompanha o antigo percurso da linha férrea (Foto provavelmente de jornal da época (1990). Texto de João Costa, setembro de 2013). Porto Franco, até o litoral e a Estrada de Ferro Mossoró-Souza, que ia até aquela cidade paraibana. Depois, houve a fusão das duas e em Mossoró passou a existir apenas uma Delegacia Administrativa da Rede Ferroviária do Nordeste, fato que ensejou a transferência de grande número de funcionários para outras cidades. Na gestão de Mário Andreazza no Ministério dos Transportes, para incentivar o transporte rodoviário, as ferrovias foram garroteadas e, criminosamente, os trilhos de alguns trechos foram arrancados e vendidos como ferro velho. Em 1968, houve a primeira tentativa para a extinção da ferrovia de Mossoró, até que, na década passada, as locomotivas pararam de vez. Agora noticia-se que o BNDES vai conceder empréstimo à Cia. Ferroviária do Nordeste (sucessória da Rede Ferroviária do Nordeste) para a recuperação, melhoria e construção da chamada Ferrovia
TRENS - De acordo com os guias de horários e outras fontes, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1915 a 1991. Ao lado, o trem em Patu nos anos 1970. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre o ramal.Veja aqui horários em 1960 e em1978 (Guias Levi).
Transnordestina, que vai ligar São Luiz, no Maranhão até a capital pernambucana. O trecho do Rio Grande do Norte seria apenas um ramal que, saindo de João Pessoa, atingiria Natal, possivelmente Angicos e terminaria em Macau. E Mossoró? Nisso ninguém fala. Havia duas, não há nenhuma e estamos fora do novo projeto de ferrovia. Mossoró tem sal, frutas, cimento, camarão e uma miríade de outros produtos para serem transportados. Com a palavra os representantes de Mossoró nas casas legislativas e em outros postos governamentais: os deputados Sandra, Betinho e Larissa Rosado, Francisco José e Ruth Ciarlini, a governadora Wilma de Faria (é, ela nasceu em Mossoró) e o senador José Agripino Maia" (Tomislav R. Femenick, "Havia duas, não há nenhuma e estamos fora", Jornal de Hoje, Natal, RN, 24/11/2003). A estação continua lá. Não conheço o local, mas parece que, pelas fotos, parte da vila ferroviária foi pintada com cores diferentes e é a tal cidade das artes; a estação sm si parece bem conservada mas com outro uso. Os trilhos da ferrovia foram arrancados em grandes trechos, suas oficinas estão em ruínas e das locomotivas, que antes cortavam a cidade de Mossoró, não se tem mais notícias. Os trens de passageiros circularam no ramal de Mossoró até cerca de 1989. No início desse mesmo ano vi-o estacionado na estação de Sousa. Em suas últimas viagens, ele saía de Sousa às 3 h da madrugada, chegava em Mossoró às 9 h da manhã, retornando às 15 h e chegando a Sousa por volta das 21 h. Essa viagem, nessa época, acontecia somente às segundas-feiras e aos sábados.
(Fontes: Adriano Perazzo; João Costa, Luís L'Aiglon Pinto Martins; George Mascena; Ricardo Tersuliano; A. A. Araújo e L .R. Bonfim: Lampião e a Maria Fumaça, 2002; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; Jornal de Hoje, Natal, RN, 24/11/2003; Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
   

A estação em 1915. Autor desconhecido

A estação nos anos 1950. Acervo George Mascena

A estação em 2003. Reproduzido do livro Lampião e a Maria Fumaça, de A. A. Araújo e L .R. Bonfim

A estação em 2005. Autor desconhecido

A estação em 2005. Autor desconhecido

A estação em 2007. Foto Luís L'Aiglon Pinto Martins


A estação em 2008. Foto George Masce
na




ACIMA: O trem de passageiros (ou misto, não dá para se ver bem) na estação de Patu, no
quilômetro 158 da ferrovia, nos anos 1950 (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960).
 
Como em outras ferrovias do nordeste brasileiro, são muito difíceis as referências ao trem de passageiros que fazia a linha entre as cidades de Mossoró e Souza, traçado todo ele no semi-árido nordestino. Começou a circular em 1914 e até 1953, quando ocorreu a última expansão das linhas, foi aumentando o percurso gradativamente. Tudo indica que o último trem da linha circulou em 1991. 
Hoje nada mais existe dessa linha a não ser algumas das antigas estações. O trem levava cerca de 8 horas e 45 minutos para fazer todo o percurso entre Mossoró e Souzas. A maioria desses trens era misto e não somente de passageiros.

Percurso: Mossoró, RN, a Souzas, PB, numa extensão de 280 km. De 1915 a 1952, o trem saía de Porto Franco e Mossoró era a segunda estação. Em 1953 o pequeno trecho de 37 km já havia sido desativado.
O texto abaixo foi postado por João Costa no Blog do Ralph Giesbrecht em 30 de março de 2013

Sou de Mossoró, onde ficavam os escritórios da RFFSA e todo o centro de adminstração do ramal Mossoró-Sousa. Bem, o que posso dizer é que as estações de passageiros do nosso ramal foram fechadas em 1991, por "misteriosa" determinação do Governo Federal. A partir daí apenas o trem de carga circulava levando sal, cimento e minérios em viagens que ficavam cada vez mais longas devido às péssimas condições de conservação do trecho e também das locomotivas e vagões que sofrivelmente se arrastavam por sobre os carris. Lá para 1995-1996 esse trem de carga parou de uma vez por todas, e as máquinas, vagões, guindastes, trollies, tanques, gôndolas e outros equipamentos da via ficaram encostados no pátio da estação sem nenhum uso.

Em 1997 a CFN - hoje Transnordestina - assumiu o controle da estrada de ferro mas tachou o ramal como economicamente inviável, e simplesmente o abandonou (Inclusive, agiu da mesma forma em relação ao ramal Macau-Natal-Recife, que se encontra hoje apodrecendo à mercê das intempéries).
Em abril de 2001, um grupo de empresários da região retalhou a ferrovia em treze lotes e, em poucos minutos, cada um arrematou para si um deles e logo procederam com o arrancamento e venda dos trilhos e equipamentos. Sim, a nossa ferrovia foi vendida num leilão de sucata e ninguém fez absolutamente nada a respeito!!! O nosso ramal ferroviário foi vendido pela bagatela de 2,7 milhões de reais!!! A locomotiva que fez a viagem oficial de inauguração do trecho em 1915, por exemplo, foi vendida a um sucateiro e desmanchada a maçarico, assim como carros de passageiros que datavam de 1914 a 1916.

O resto do material rodante (que incluía locos Alco RSD-8, GE U5b, vagões tanque, gôndola, FHC, um guindaste Oton, carros de primeira e segunda classes, locos de manobra, trollies,etc) ou teve destino análogo, ou foi transferido para o ramal entre Fortaleza e Recife. Os trilhos foram arrancados em absolutamente todo o percurso da ferrovia, empilhados sobre caminhões, e depois disso, nunca mais foram vistos. Não sobrou um mísero dormente para contar história! até mesmo as placas de sinalização das passagens de nível e da indicação da quilometragem dos trechos foram vendidas. Máquinas de terraplanagem foram trazidas para nivelar os terrenos por onde a ferrovia passava e pontilhões e outras obras de arte foram removidos. As oficinas depósitos e escritório da RFFSA - ou as suas ruínas - foram demolidas há alguns anos... em 2004 se não me engano. Em seu lugar construíram uma avenida, praças, restaurantes e um memorial sobre a história da cidade com fotos históricas que, ironicamente, incluem algumas imagens da inauguração da ferrovia.

O que ainda hoje sobrevive da estrada de ferro é o prédio da estação ferroviária que, por ficar encravado no coração da cidade, foi restaurado e tem seu pátio utilizado como espaço de realização de eventos. A antiga ponte metálica de três vãos, trazida desmonatada da Inglaterra no início do século e montada por sobre nosso pobre rio Mossoró, está lá ao relento a ser carcomida pela ferrugem - não foi desmontada e vendida junto com todo resto do espólio por que ficou excluída do leilão, não se sabe por qual motivo. Resiste ainda de pé como que por um milagre! O imenso vazio que se formou no meio da cidade depois do arrancamento do trilhos e demolição dos galpões, escritórios e oficinas foi preenchido com praças, lanchonetes e alguma arborização. Nos demais municípios que eram cortados pelos trilhos, ou as estações estão abandonadas em ruínas ou foram tranformadas em casas de cultura ou espaços de realização de eventos. Mas nada que lembre que ali um dia passou um trem.

Quanto à nossa população... incrivelmente ninguém aqui em Mossoró sequer lembra que um dia um trem passava diariamente bem no meio da cidade. Nós temos memória curta, ea grande maioria nem sabe por que motivo a ferrovia, depois de 86 anos de atividades, foi completamente extinta da noite para o dia depois de um misterioso leilão que não durou meia hora. Isso tudo numa cidade que cresceu e se desenvolveu ao redor da ferrovia, idealizada no início do século XIX por um dos nossos mais ilustres habitantes, o comerciante João Ulrich Graff, o qual morreu sem ver seu sonho realizado devido à burocracia que tudo posterga.

Nossa ferrovia, cujo primeiro trecho foi, com sacrifício, inaugurado no longínguo ano de 1914, com a chegada do primeiro trem ligando o sertão ao mar, uma verdadeira façanha naqueles tempos em que se viajava no lombo de burros, sumiu sem deixar rastros ante à apatia das pessoas que por ela eram beneficiadas e do descaso dos políticos locais. Trens enormes que traziam gente, bichos, cargas, e até mesmo água nos períodos de seca,eram o único meio de transporte que tínhamos até algumas décadas atrás. Foi um sonho idealizado por nossos mais tenazes habitantes e que foi simplesmente arrancado pela raiz como se fosse algum tipo de tumor, câncer ou coisa que o valha.

É muito triste saber que uma das maiores conquistas do nosso município (e de todos os outros que ficavam no traçado da estrada de ferro) teve um fim tão trágico e silencioso. Nossa ferrovia foi vendida como ferro velho e ninguém, nem políticos nem população, fez nada para evitar isso. Trem por aqui é coisa do passado, "coisa de antigamente" um meio de transporte quase mitológico cujas lembranças ainda persistem na memória dos mais velhos ou dos nostálgicos ferroviários aposentados. Hoje, todo mundo pelas redondezas tem um automóvel ou uma perigosa motocicleta. O transporte de cargas é feito invariavelmente por caminhões sobrecarregados que desgastam e superlotam as rodovias que cortam a região. Quem viaja para municípios ou estados vizinhos para estudar ou trabalhar, ou vai no seu próprio carro, ou moto, quando os possui, ou tem que pagar ônibus ou um utilizar o perigoso transporte alternativo. O trem, barato e acessível, ficou completamente esquecido depois da inuaguração de algumas rodovias na região no final dos anos 1970.

A reativação do ramal é tida como inviável economicamente, ninguém tem interesse em uma ferrovia ligando Mossoró ao sertão da Paraíba. Transnordestina aqui, então, é pura utopia, já que pelo traçado está mais pra Transpernambucana. Então... nossas estradas estão cada vez mais esburacadas, perigosas, mal sinalizadas, não possuímos um sistema de transporte inter-municipal ou inter-estadual de valor acessível, e nossa história está morta e enterrada assim como o velho Graff que morreu sem ver o trilhos cortando a caatinga mossoroense em direção ao São Francisco...

E assim que a locomotiva do sonho graffiano sumiu nas nuvens do esquecimento. Eu cheguei, ainda criança nos anos 1990, a ver o trem passando comprido no final das tardes em direção à Paraíba, vagões azuis e brancos, a locomotiva vermelha com faixas amarelas... um trem lento, agonizante, resfolegando, sumindo vermelho e azul dentro do mato seco esbranquiçado, sumindo pra nunca mais voltar.



Nos anos 1970, segundo Eudes Fernandes (2013), o trem era composto de quatro carros de passageiros e um bagageiro, que ficava entre a locomotiva, já a diesel, e os carros de passageiros. Havia dois carros de primeira classe e duas de segunda. Não havia, pelo menos na composição de 1970 mostrada acima, carro-restaurante. Foram estes que circularam até o início de 1991, deixando apenas alguns cargueiros RFC cada vez mais raros até a privatização em 1996, segundo João Costa (2013). (Fonte: Facebook/Estradas de Ferro do Nordeste, junho 2013)




INÍCIO E FIM DO RAMAL MOSSORÓ/SOUSA

Entre os percussores e idealizadores da Estrada de Ferro Mossoró – Sousa destaca-se o nome de Jonh Ulricc Graff, suíço de nascimento. Ele chegou em Mossoró no ano de 1866 em companhia de Henrique Burly, Rodolfo Guysne e em Mossoró fundaram a casa J.U. GRAFF & CIA., que importava tecidos e exportava diversas mercadorias como algodão, ceras e peles de animais.
Ulrich Graff tinha sido convidado, ao chegar da Suíça, a instalar-se em Macaíba, mas atendendo convite do vigário Antonio Joaquim Rodrigues preferiu estabelecer-se em Mossoró e região.
Um de seus sonhos era o da construção de uma estrada de ferro que possibilitasse o transporte de mercadorias através do sistema ferroviário. Após batalha neste sentido, Graff tornou-se concessionário da estrada de ferro em direção ao rio São Francisco, através da concessão da Lei Provincial nº 748, de 26 de agosto de 1875, sancionada pelo 35º Presidente da Província do Rio Grande do Norte, Dr. José Bernardo Galvão Alcoforado Júnior (10/05/1875 – 20/06/1876), cujo prospecto inclui uma introdução, condições topográficas da obra e orçamento do custo de todas as obras do porto de Mossoró e Luís Gomes.
Pelo projeto de Graff e demais idealizadores da obra, a estrada de ferro partiria de Mossoró em direção aos limites da província, passando por Apodi e Pau dos Ferros (NÃO É DE AGORA QUE APODI PERDE INVESTIMENTO). Previa-se a construção de uma linha provisória a ser iniciada dentro de três anos e concluída em oito. A estrada definitiva viria cinco anos depois da provisória e concedia-se à empresa construtora um privilégio de 90 anos, pois o objetivo de Graff era formentar a vinda de imigrantes para Mossoró a partir da implementação da economia da estrada de ferro
Porém, a sorte mostrou-se adversa a Graff. Impossibilitado de levantar recursos financeiros para a edificação da obra, ele viu sua luta se desvanecer ao mesmo tempo em que uma série de prejuízos comerciais se abatia sobre si. O Decreto nº 8.598, de 17 de julho de 1882, sancionado pelo 42º presidente da Província, Francisco de Gouveia Cunha Barreto (13/4/1882 – 21/7/1883), que declarava a caducidade da obra, contribuindo para Graff se dirigisse até o Amazonas para tentar novamente a vida, onde veio a morrer. Não chegou a ver completo seu sonho de dotar Mossoró de uma linha ferroviário. Porém seu sonho, mesmo depois de morto foi realizado, cujo sonho, talvez tenha virado pesadelo com a extinção de sua estrada de ferro.
Outros substitutos apareceram falando. Altas vozes ressoaram na República, na Câmara dos Deputados e no Senado, indicado a necessidade imediata de uma ferrovia que ligasse o litoral potiguar às margens do rio São Francisco, estrada de incalculável valor econômico e estratégico.
Em 25 de agosto de 1910, o então governador Alberto maranhão fizera concessão da linha férrea do Porto Franco até a comunidade de Alexandria, a firma Albuquerque & Cia. Posteriormente o Governador do Estado renunciou a todos os direitos da concessão para facilitar os auxiliares federais.
Os 241 quilômetros constituíam vitória contra todos os elementos negativos e as dificuldades imprevistas que retardaram anos e anos a iniciativa indeclinável. Durantes anos e anos o Juiz de Direito de Mossoró, Dr. Felipe Néri de Brito Guerra (26/05/1867 – 04/05/1951) e o farmacêutico Jerônimo Rosado (08/12/1861 25/11/1930), estudaram e escreveram defendendo a idéia que os apaixona, com uma obstinação, uma tenacidade, uma alegria que todos contagiaram. Não possuíam interesse que não fosse a razão coletiva. Desajudados e sozinhos encarnavam a idéia de Urich Graff.
Em 1958 a Estrada Mossoró/Sousa foi comprada pelo governo federal, integrando-se portanto, a Rede Ferroviária do Nordeste, subsidiada a R.F.F.S.A
ESTAÇÕES
PORTO FRANCO
PORTO FRANCO FOI SÍMBOLO DE UM PERÍODO DE MUITO PROGRESSO
Passageiros e cargas de Mossoró passaram obrigatoriamente pelo velho porto de Grossos
Quem por acaso chegar à salina Piabinha, a dois quilômetros do perímetro urbano de Grossos, não imagina que ali foi o ponto central de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias procedentes de Mossoró com destino a várias parte do Brasil
Extensão do povoado de Carro Quebrado, quando, por volta de 1750, desembarcou o capitão José Alves de Oliveira, cunhado do sargento-mor ANTONIO DE SOUZA MACHADO, considerado o primeiro habitante de Grossos e fundador da cidade de Mossoró – Porto Franco foi um dos capítulos principais da origem de Mossoró
Porto Franco, situado na então vila de Grossos, pertencente ao município de Areia Branca. Sua construção teve início em 1912 e inaugurado em 19 de março de 1915 com a saída da locomotiva “Alberto Maranhão” que seguiu destino a estação ferroviária de Mossoró, atual Estação das Artes Elizeu ventania, recebida com aplausos. O Dr.. João Tome de Sabóia, mais tarde presidente do Estado do Ceará, Coronel Vicente Sabóia de Albuquerque(01/05/1947), sócio da firma concessionária da ferrovia, Farmacêutico Jerônimo Rosado, Camilo Figueiredo, Rodolfo Fernandes, Coronel Bento Fernandes, Vicente Carlos Sabóia Filho, engenheiros construtores, viajavam na plataforma do carro chefe que ostentava o pavilhão nacional empunhado pelo mais velho habitante de Mossoró, Quintiniano Fraga. Ao chegar à estação improvisada, falou o Coronel Bento Fernandes Pimenta, em discurso original e histórico, quando pedia a trem que sempre viesse devagar para não trazer a morte às pessoas que se apinhavam ao longo da estação, A linha férrea de Porto Franco a Mossoró funcionou até 1955, quando foi desativada, Em 1971 eu morava as margens da BR 304, saída para Fortaleza, mais precisamente próximo ao Posto Maranata, e naquela época a estrada já não mais funcionava
O que motivou a desativação do ramal foi exatamente as construções de rodovias estaduais e federais, porém, não esquecendo, que esse ramal no período mais de 40 anos de existência (1915 – 1955) foi de suma importância para o crescimento da cidade de Mossoró. Era o principal escoadouro de produtos de toda a região Oeste Potiguar, bem como na principal via de acesso ao porto.
A ferrovia ligava a Vila de Grossos a Mossoró. Mas tinha prosseguimentofinal na cidade de Souza, cuja estação paraibana foi inaugurada em 29 de dezembro de 1951, com 342 quilômetros, passando pelas comunidades de Mossoró, São Sebastião, atual Governador Dix-sept Rosado, Caraúbas, Olho d’Água do Borges, Patu, Almino Afonso, Lucrecia, Mineiro, atual Frutuoso Gomes, Demétrio Lemos, atual Antonio Martins, Alexandria, Santa Cruz-PB e Sousa-PB e fazia bifurcação a rede Viação Cearense, ou seja, encontrando-se com a linha Recife-Fortaleza.Dentre os produtos que seguiam de Mossoró para vários Estados brasileiros, destacam-se o óleo de oiticica, algodão, sal, Cera de Carnaúba, animais que seguiam para Santos-SP e lá para país da Europa, como também o Gesso que era embarcado para Pernambuco.
Da estrutura imponente de Porto Franco nos tempos em que o transporte fluvial era imprescindível à economia de Mossoró e região, n~~ao existe mais nada, somente a lembrança dos mais velhos. A força do tempo e a ação implacável da maresia conspiraram contra o velho porto.
Do velho trapiche, últimas marcas da extinta estrutura de Porto Franco, restam apenas alguns destroços. “As ostras comeram o trapiche que ruiu e hoje no lugar está instalada a Salina Piabinha”. Onde funcionava o Cais de Porto Franco, hoje funciona a casa de bombas da Salina Piabinha, por onde passa toda a água para os baldes de evaporação.
Quando criança lembra-me de muitas embarcações tragadas no rio Mossoró, depois da barragem de Passagem de Pedras. Eu e meu tio Vicente começávamos a pescar camarão logo após a comunidade de Passagem de Pedras e íamos até próximo a Grossos, daí lembro, apesar de quatro décadas, ainda recordo de muitas coisas daquele porto. Da estrada de ferro, conhecia igual as palmas de minhas mães, tendo em vista que minha vó morava nas primeiras casas próximo a ponte de ferro e meu tio morava as margens da Br 304, saída para Fortaleza, na época, mato, cajueiral e pinheiro, daí, muitas vezes seguia pelos trios até muito longe, com destino ao posto, e quando queria vir a residência de minha saudosa Vovó, não sabia ir pela BR , daí, bastava seguir pelos trios do ramal Porto Franco a Mossoró, que não tinha erro.
Por esses e outros motivos me acho no direito de dissecar um pouco da história da estrada de Ferro de Porto Franco a Sousa. A conheci de ponta a ponta, digo melhor, de Mossoró a Santa Cruz na Paraíba. Certa vez segui pelos trios de Alexandria, passando pela comunidade de Maniçoba até a cidade de Santa Cruz-PB.
Meu próximo passa, se ainda existir espaço, com certeza não, de seguir a trilha do ramal de Mossoró a Porto Franco, com certeza, ainda existem muitos pontilhões, bueiros e aterro.
MOSSORÓ
Em 19 de março de 1915, numa sexta-feira, era inaugurado oficialmente o primeiro trecho da estrada de ferro de Mossoró, entre Porto Franco e esta cidade., havia iniciado no dia 31 de agosto de 1912 pela Companhia Estrada de Ferro de Mossoró S.A., através da firma Sabóia de Albuquerque em Companhia Era um sonho antigo que se realizava, por isso, quando a locomotiva “Alberto Maranhão” chegou à estação, foi recebida com aplauso. Na plataforma do carro-chefe da composição, viajavam: João Tomé de Sabóia, Cel. Vicente Sabóia de Albuquerque, farmacêutico Jerônimo Rosado, Camilo Filgueira, Rodolfo Fernandes, Cel. Bento Praxedes, Vicente Carlos de Sabóia Filho, além do mais velho habitante da cidade, o Sr. Quintiniano Fraga, que ostentava o pavilhão nacional. Aquele 19 de março foi realmente uma data muito importante para Mossoró.
Quando Jonh Urich Graf lançou o projeto da estrada de ferro, entendia que o progresso de Mossoró dependia da velocidade com que conseguisse importar e exportar os seus produtos. As tropas de burros, que até então transportavam as mercadorias, já não eram suficientes para atender a um mercado crescente como o de Mossoró. Fazia-se mister a construção de uma ferrovia, que entre outros benefícios, baratearia os fretes e diminuiria o tempo de transporte.
Mas o tempo que se levou para concluir a estrada de ferro de Mossoró foi muito longo e quando finalmente ficou pronta, os objetivos dos primeiros tempos já não poderiam mais ser alcançados. O caminhão já havia invadido as estradas, e com ele o trem não podia competir, nem em velocidade nem em tempo.
Apesar de tudo, a ferrovia foi de muita utilidade para Mossoró, sendo, por longo tempo, o meio de transporte mais utilizado pela população, tanto para carga como para passageiros.
Hoje, depois de 94 anos, ninguém fala mais daquele 19 de março de 1915, que tanto orgulho deu ao povo de Mossoró. A estrada de ferro que fora inaugurada naquela data, já não existe mais. A estação de embarque transformou-se em Estação das Artes; seus trilhos foram arrancados em grandes trechos, suas oficinas estão em ruínas e das locomotivas, que antes cortavam a cidade, não se tem mais notícias. A velha “Maria Fumaça” desapareceu para sempre nas nuvens do esquecimento. Apenas alguns quadros, pendurados nas paredes do museu, lembram da data que pela primeira vez o progresso chegava a Mossoró.
SITIO CAMURUPIM, MOSSORÓ – 01/11/1926
QUILOMETRO 61, NA ÉPOCA, MUNICIPIO DE MOSSORÓ, HOJE, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO – 01/11/1923
POVOADO DE SÃO SEBASTIÃO, MUNICÍPIO DE MOSSORÓ, ATUAL CIDADE DE GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO – 01/11/1926. Atualmente funciona o Palácio Dix-sept Rosado, sede da Prefeitura Municipal de Governador Dix-sept Rosado
CARAÚBAS – 30/09/1936
A ESTAÇÃO: A estação de Caraúbas estava em ruínas, até ser recentemente reformada (2007) pela Prefeitura local e transformada em Casa de Cultura Popular "Manoel do Violão".
JORDÃO – 30/09/1936
PATU – 30/09/1936
ALMINO AFONSO – 30/09/1937
LUCRÉCIA - 31/12/1948
Mineiro, ATUAL FRUTUOSO GOMES – 31/12/1941
DEMÉTRIO LEMOS, ATUAL ANTÔNIO MARTINS - 29/10/1948
ALEXANDRIA – 29/10/1948
A estação de Alexandria inaugurada em 29 de outubro de 1948, que teve como primeiro o senhor Inácio Loyola, que assumiu na data da inauguração e foi substituído pelo senhor João Alves sobrinho. DE Alexandria, a linha férrea segue rumo à Sousa, no vizinho Estado da Paraíba, passando pela comunidade de Santa Cruz. Atualmente a estação está totalmente restaurada e bem conservada. E sem trilhos, retirados em 2002
Ao ser inaugurado era integrantes da estação ferroviária de Mossoró, mais tarde, mais precisamente em 1951, ao atingir a cidade de Sousa, passou a denominar-se estrada de ferro Mossoró/Sousa.
AGENTES EM ALEXANDRIA
1º - Nicácio Loyola Melo
2º - José Alves Sobrinho
3º - Augusto Segundo Fernandes
Natural de Campo Grande – RN, nascido a 28 de março de 1911, filho de João Augusto Fernandes e de Heduvirges Gurgel do Amaral. Casou-se em 18 de janeiro de 1940. com RAIMUNDA FERNANDES BENEVIDES, nascida no sítio Igaparé, município de Caraúbas-RN, a 26 de dezembro de 1926,com os seguintes filhos: Maria José Fernandes Gurgel de Souza, nascida a 29 de outubro de 1944; José Maria Gurgel, nascido a 12 de janeiro de 1946, João Augusto Fernandes Neto, nascido a 8 de março de 1947; Abgail Fernandes Gurgel, nascida a 21 de dezembro de 1948; Augusto Fernandes Gurgel, nascido a 3 de abril de 1952; e Carlos Fernandes Gurgel, conhecido popularmente por “CARLINHOS DO BANCO DO BRASIL.
Augusto Fernandes Faleceu em Alexandria no dia 21 de março de 1974
4º - Juarez Fernandes Pedrosa
5º - José Basílio Alves
6º - Gesualdo Gurgel de Almeida
7º - FRANCISCO ISMAEL DOS SANTOS
SÍTIO MANIÇOBA,ALEXANDRIA – 29/12/1951
ENTÃO POVOADO E ATUAL CIDADE DE SANTA CRUZ-PB – NA ÉPOCA, ENCRAVADO NO MUNICÍPIO DE SOUSA
29/12/1951
SOUSA-PB
29/12/1951
Inaugurado no dia 29 de dezembro de 1951. Veja o teor de um telegrama datado de 1951, publicado no Diário Oficial de 27 de dezembro de 1951, endereçado ao Exmº Presidente da Republica, Getúlio Dornelles Vargas (31/01/1951 a 24/08/1954), com o seguinte despacho telegráfico:
In Diário Oficial, de 27/12/1951:
De Mossoró – Rio Grande do Norte – Cumpro grato dever de comunicar a Vossa excelência a conclusão dos trabalhos de ligação Mossoró – Sousa, iniciados em 1919. Em nome dos ferroviários convido Vossa excelência para honrar com sua presença a solenidade de inauguração que se realizará a 29 de dezembro corrente. Respeitosas saudações.
Ass. : Agenor Susini Ribeiro – Administrador da estrada de Ferro Mossoró - Sousa
O FIM
Por determinação do Governo Federal, no dia 01 de outubro de 1991 todas as estações do ramal Mossoró/Sousa, que tanto beneficiou a classe menos favorecida fecharam suas portas
A desativação do ramal Mossoró-Sousa ocorreu em 1995e ninguém fez nada em prol da estrada de ferro, pelo contrário, nossos políticos venderam por preço de banana. No dia 19 de abril de 2001, uma quinta-feira, o ramal foi vendido por R$ 2,7 milhões. Foram 372 quilômetros de trilhos, dormentes, acessórios de via permanentes, lastros, obras de artes, bueiros, pontes, pontilhões e outros equipamentos. Nos 13 lotes foram excluídos os terrenos das antigas estações de passageiros.
O Leilão durou poucos minutos. Os arrematadores conseguiram compram o ramal quase nos lanços iniciais. Alguns poucos trechos foram disputados pelos empresários que vieram de diversos Estados. O lote mais caro foi quem abriu o leilão. Deveria ser o último, mas pela importância teve prioridade, Foi o que fica entre os municípios de Governador Dix-sept Rosado e Mossoró, Com 39.626 quilômetros de leito de férrea, com 13 metros de largura, iniciando no último aparelho de mudança de via da estação de Gov. Dix-sept Rosado até o terreno das antigas oficinas de Mossoró.
Ficaram excluídos os terrenos do pátio da estação de Governador Dix-sept Rosado, das oficinas de Mossoró e o terreno entre o terminal de Mossoró onde hoje funciona a Estação das Artes Elizeu Ventania.

Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil.
Blog oestenew-trasporte.blogspot.com .

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